A Ypióca é conhecida no Brasil e no exterior
por seus produtos tão tradicionais quanto inovadores, de alta qualidade e
sabores inigualáveis. São ao todo uma fábrica localizada em Paraipaba/CE, uma
engarrafadora em Fortaleza/CE e um centro de distribuição em Guarulhos/SP,
capazes de produzir mais de 120 milhões de litros de aguardente por ano.
Por trás desses números expressivos, existe
uma história de mais de um século, que começa em 1846. Nessa data, o imigrante
português Dario Telles de Menezes, que chegara havia apenas três anos ao Brasil,
iniciou a produção de cachaça Ypióca no país. Seu conhecimento foi sendo transmitido
de pai para filho.
Conheça a fantástica jornada desse grupo, o
mais tradicional e antigo do setor privado do Brasil.
Primeira geração
Em 1843, desembarcava em Fortaleza (CE) o
português Dario Telles de Menezes, que, com apenas 17 anos de idade, chegou
aqui carregando sua bagagem e um pequeno alambique de cerâmica.
Decidido a ingressar no meio agrícola, Dario
se instalou próximo a Maranguape, lugarejo então pertencente a Fortaleza, na
propriedade Ypióca, que significa terra roxa em tupi-guarani. Em 1846, com o
pequeno alambique em mãos, destilou o primeiro litro de cachaça. Oito anos mais
tarde, ele deu início à construção de sua casa, na sede do sítio – hoje o Y-Park.
Aos 69 anos, Dario decidiu passar os negócios
para seu primogênito, que herdou também o seu nome. Tal fato, ocorrido em 1895,
marcou o início da bem-sucedida sucessão familiar na empresa, que, na época, já
produzia 300 litros de aguardente por dia. Armazenada em barris, a bebida era
transportada em pequenos barris em lombo de jumento e vendida a granel nas
redondezas do sítio Ypióca.
Segunda
geração
Assim que assumiu o negócio do pai, em 1895, Dario
Borges Telles tratou de adquirir um engenho de ferro fundido, o que permitiu o
aumento da produção da cachaça. Outro marco importante foi o engarrafamento da
bebida, que deixou de ser vendida a granel e se tornou disponível em garrafas
de 600 ml.
Aos 23 anos, Dario se casou com Eugênia
Menescal Campos. Oito anos mais tarde, o jovem empreendedor faleceu
prematuramente. A viúva, então, tomou as rédeas do comando do sítio,
tornando-se a única mulher a encabeçar os negócios do Grupo em mais de 160 anos
de história.
Dona Eugênia conseguiu ser bem-sucedida na continuação
dos projetos do marido. Criativa, desenvolveu o primeiro rótulo da garrafa
Ypióca, feito de próprio punho. Tanto as letras em preto e vermelho quanto os
traços do desenho original são os mesmos até hoje.
Durante 13 anos, ela se dividiu entre os
cuidados da família e o trabalho, para consolidar no mercado a bebida, que,
naquela época, já se tornara conhecida na região. Enfrentou com coragem catástrofes
como os incêndios que castigaram as plantações de cana-de-açúcar da região, no
começo do século XX.
Terceira
geração
Para poupar a mãe do trabalho pesado da
fazenda, Paulo Campos, o primogênito de dona Eugênia, assumiu o comando da companhia
em 1924, aos 18 anos. “A senhora terá a vida que merece”, disse-lhe. E dela
ouviu uma frase que o acompanharia a vida toda: “Entregarei nas tuas mãos tudo
que nos pertence, tudo o que teu pai nos deixou, porque confio em ti.”
O primogênito deixou o emprego de balconista
numa loja de ferragens em Fortaleza, suspendeu a matrícula da escola e
enveredou pela missão que a vida lhe reservara. Autodidata, mostrou que tinha
tino para os negócios. Sob sua direção, a indústria atingiu a produção recorde
de 120 mil litros de aguardente, em 1931.
Nos anos 50, Paulo tornou-se um verdadeiro
“homem de marketing”. Ao longo de seus 46 anos na companhia, criou novos
desenhos para o rótulo da cachaça, assim como slogans famosos, a exemplo de “No
lar, no bar, em todo lugar. Ypióca”. Foi dele também a ideia de reposicionar a
cachaça como uma bebida apreciada por sua qualidade, alçando-a ao posto de
“uísque nacional”. Para tanto, passou a condicioná-la em tonéis de madeira de
bálsamo, a fim de promover o processo de envelhecimento.
Visionário, já fazia naquela época o que hoje
chamamos de benchmarketing. Pelo menos duas vezes ao ano, o presidente da
terceira geração do Grupo ia do Ceará a São Paulo, dirigindo seu pequeno
caminhão, para visitar os engenhos pelo país afora e descobrir como funcionavam.
A cada novo desafio, costumava dizer: “Quero a Ypióca em todo o Brasil e,
depois, em todo o mundo”. Dito e feito. Em 1968, ele comandou a primeira
exportação de uma marca de cachaça para a Alemanha. Tempos mais tarde, o
produto chegou aos Estados Unidos e ao Japão.
Ainda na gestão de Paulo, a cachaça da marca
começou a ser engarrafada em litros, com o inédito bico dosador, e ganhou uma
embalagem confeccionada em palha de carnaúba. Além disso, acrescentou ao
negócio outras fontes de renda, passando a se dedicar à distribuição de lenha
em Maranguape e Fortaleza, bem como à criação de gado e à plantação de arroz,
feijão e milho.
Foi ainda prefeito de Maranguape, entre 1936
e 1938. Casou-se com dona Maria Augusta Ferreira, em 1941, com quem teve os
filhos Maria Eugênia e Everardo, atual dirigente da companhia. Faleceu em 1978,
aos 73 anos.
Quarta geração
Na presidência da empresa de 1970 a 2012,
Everardo representa a quarta geração da família Telles no comando do Grupo
Ypióca. Nascido em 1943, o engenheiro agrônomo define o sucesso dos negócios da
família como a “consequência natural de uma história pontuada por disciplina,
coragem para superar as adversidades, integridade, determinação e amor pelo que
se faz”.
DIAGEO conclui
aquisição da YPIÓCA®
A Diageo concluiu o processo de aquisição da
divisão de bebidas alcoólicas da YPIÓCA e assume o comando da empresa. Agora, a
YPIÓCA faz parte do Grupo Diageo, líder mundial no segmento de bebidas
alcoólicas premium. A homologação foi anunciada para todos os funcionários da
Ypióca dia 13 de agosto, nas unidades de Messejana, em Fortaleza (CE),
Paraipaba, no interior do Estado, e no Centro de Distribuição, em Guarulhos.
Dentro do novo formato organizacional, o
brasileiro Renato Gonzalez assume como gerente geral da operação da YPIÓCA. O
executivo vem de uma sólida carreira internacional construída na Diageo, com
passagens por importantes praças como Jamaica, México e Holanda. Com a
aquisição, a Diageo passa a ter sua própria destilaria no país e acrescenta
mais 700 funcionários às suas operações no Brasil.
eita que eu ja bebi uns 2000 litros desse ai
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